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Pintora e ilustradora portuguesa teve uma participação impar na vida artística dos anos trinta. Nasceu em Lisboa numa família burguesa, filha de um oficial do Exército e de Alexandrina Gomes Afonso. Passou a infância no Minho, que a viria a inspirar em temas populares de grande beleza e ingenuidade. Em 1924, ainda solteira, partiu sozinha para Paris, depois de ter tido lições com o pintor Columbano Bordalo Pinheiro. Ali expôs com sucesso no Salon d'Automne. Regressou a Portugal e, à sua custa, voltou para Paris entre 1928 e 1929, trabalhando no atelier de uma modista fazendo croquis de moda, gosto que lhe ficou, tendo colaborado mais tarde com desenhos de moda para revistas portuguesas. Sara Afonso de regresso a Lisboa seria a primeira mulher a frequentar o café A Brasileira do Chiado, então exclusivo do sexo masculino. Participou no primeiro Salão de Artistas Independentes em 1930. Casou aos 35 anos com José de Almada Negreiros. Sarah Afonso conciliou a sua vida de mãe de família e de pintora. Fez uma exposição individual, em 1939 e participou na Exposição do Mundo Português, em 1940. Em 1944 recebeu o Prémio Sousa Cardoso. Em 1953 integrou a delegação portuguesa à Bienal de São Paulo. Não deixou de pintar até quase ao fim dos seus dias. Fez retrospectivas dos seus trabalhos em 1953, 1962, 1975 e 1980. Sarah Afonso dedicou especial atenção às festas populares e às tradições portuguesas em cores doces e luminosas. Por ocasião do centenário do seu nascimento, em 1999, realizaram-se exposições comemorativas em Viana do Castelo e Porto.
In: NetSaber (adaptado)
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